Sem notícias de ti, mon cher sábado, dia 27 de Março de 2010 à meia-noite na 3a Mostra Lugar Nômade Dança

O trabalho será apresentado dentro do Projeto "Meia noite Olho Neles", realizado pela Cia Corpos Nômades, na sede da companhia que fica na Rua Augusta, 325, ao lado do restaurante Piolin!
Programação completa da mostra no site: http://www.ciacorposnomades.art.br/articles.php?id=18


ESTÃO TODOS CONVIDADOS!!




E ............... coming soon ..............................................................................


SEM NOTÍCIAS DE TI, MON CHER

SESC ITAQUERA DIA 17 DE ABRIL ÀS 13 HORAS


CONVITE PARA UM CHÁ...


SEM NOTÍCIAS DE TI, MON CHER NO CORREDOR DA GALERIA OLIDO (AV. SÃO JOÃO, 473 - CENTRO - SÃO PAULO/SP)
DIA 06/03/2009 ÀS 13:30 E ÀS 17 HORAS.
ENTRADA FRANCA.
vai ter na virada dia 03/04/2009!!!!

"O amor vem e vai Não fui prudente em Esquecer isso Entre nós nenhum rancor"(Heiner Müller)





Espero que não se zangues com as minhas palavras, mesmo que veja nelas um pouco de mau humor. Gostaria de dizer-vos galanteios, mas prefiro a franqueza. Não suportaria a aparência do defeito. E, por favor, não ouse mostrar sua dor meiga quando meu coração está cheio de raiva. Às vezes, é preferível a lascívia do que as insípidas meiguices, que tantas vezes estraga o amor. Desculpe-me ter agido tão levianamente. De bom grado, teria eu, misturado minhas lágrimas às tuas. Se quisésseis nós nos amaríamos tanto! Pelo menos não teríamos outras mágoas além daquelas que os outros nos causam. Teus sentimentos me são tão preciosos que até sinto vontade de beijar teu coração. Pena que ele se encontra enfaixado por uma gaze fina.
Meu Deus, porque afinal meu coração bate tão forte? Será que vai acontecer alguma desgraça, ou é a esperança de nos vermos que me perturba tanto?
Quanto à mim, agora estou verdadeiramente triste. Mais triste do que quando nos achávamos inteiramente separados. Meu Deus, como sou moça ainda! E quanto tempo me resta para sofrer. Bastaria perder o costume de pensar sempre em vós. Esqueçamos essa ligeira falta. Quanto à isso, rogo por tua segurança. Não fomos nós dois que somos apenas um. És tú que és nós dois. Não vejo necessidade. Ah! O mais urgente para cada um de nós não é esquecer o outro? Sem dúvida! E será, daqui por diante, minha única preocupação. Seria ainda mais penoso se tivéssemos opiniões diferentes.
Creio que perdi um pouco a cabeça e agora tenho necessidade de socorro!!! Mas a partir de agora, não ouvirás de minha parte queixa nem censura. Estás vendo agora como afeta-me pouco?! Ei de vê-la ainda aos meus pés, trêmula banhada em lágrimas com sua voz enganadora implorando misericórdia. E eu, eu não teria piedade.
Ah! Se vos pudésseis dar ao trabalho de raciocinar um pouco, acharíeis logo que devei-vos regozijar ao invés de se lastimar. Mas estais envergonhada, e isso vos incomoda! Oh, tranquiliza-vos ! A vergonha que o amor causa é como a sua dor. Só se experimenta uma vez!
Fora isso, nada de novo, nem o menor movimento de liberdade; até um certo cuidado em evitá-lo. Aqui termina minha história. O meu amor só acabará com a vida.


(karine spuri, calu e as relações perigosas de choderlos de laclos)




você compreende, não é, que eu não posso gostar de você a vida inteira. LISPECTOR.















"Distância ou não, quem é que liga? É só seguir a nado,







Pois", disse a nadadora amiga, "há praias do outro lado:







Se é longe da Inglaterra, então é próximo da França,







Assim não temas, cara lesma, e vem entrar na dança.







Vais ou não, tu vais ou não, tu vais entrar na dança?







Vais ou não, tu vais ou não, tu vais entrar na dança?"







...





Muito obrigada, é uma dança muito interessante de ver".



(a quadrilha da lagosta, alice, CARROLL, Lewis.




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POMBINHAS SONÂMBULAS MOSCAS NOTURNAS drama FACADA NO PEITO duas pombinhas que dormem acordam bebem chá de jasmim morrem. Tome banho de jasmim ou com jasmim te perfumes a tristeza terá fim. era exatamente o que eu queria.






MUITO OBRIGADO.


(calu)







estou passando o tempo me torçendo posições esdrúxulas articulações desarticuladas trajetos e deslocamentos passos de algodão sinos avisos esperas de sei lá o que de quem sofre e se corta com a faca. aimim! perco as pernas me confundo querido ai de ti também porque tudo isso que estou falando é mentira (mentira) gostaria de passar o tempo meu corpo pede um tempo com o teu corpo caído no chão travesseiro de penas de ganso, baby. chá de jasmim, honey. resina, mon cher delicadezas de passarinhos pombinhas noturnas beijinhos beijinhos tremidinhas arrepios febril. texturas e mais texturas, vida barroca, girando girando mais rápido mais rápido não sei o que faço agora já sei cortei os pulsos. estou me recompondo. estou sempre me re C O M P O N D O.



(calu.)


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Não por muito tempo posso odiar o que tu amas (H.Müller)



se prepara para entrar na dança e a dança não vem. não sabem se olhar sem querer algo. não que eu queira, não que você não queira. não existe de fato um sofrimento. Pode correr. agora eu ganho, agora você. Eu correria se me ajudasse a alcançar outro lugar ou ultrapassar aqui onde me encontro.


vou permanecer aqui, pois aqui estarás comigo.


dança de pombinhas insones, corações e pés sanguinolentos. Não voam porque tem botinhas que grudam no chão. Ficam ali até o coração suportar, o teu. Não gostaria de sentir o teu vazio. Meu coração costurou-se e agora nenhum pinguinho de sangue escorre mais, não esvazio nunca.


(maíra)




travesseirofacaborradade batomparamatarquedademeni nacombatomdemeninorostobran cofronhamanchadadesaiademenina mãodearanhabrancafazteiapretade pegarpombinhadebatomvermelhoescritode abajourescurovestidodemeninopombinha TRAVESSEIROFACABORRADABOR DADADEBATOMDEARANHAMENINO POMBINHADEVESTIDOESCUROABA JOURDEESCRITOVERMELHOBATO MPOMBINHAPEGARDE PRETAFAZBRA NCADEARANHAMENINADEFRONHA.


(undress)





e como essas imagens me tirassem do chão por não serem carne e sim por serem oníricas há mais em sinos que chamam para a dança há mais em perdas e devaneios de corpos que se atraem e se repelem do sono conjunto e da vontade do não ser nem menino nem menina e de ser só uma pequena pomba que voa com moscas pensando que sua dança de sonhos e facas acaba no outro, no corpo, na eterna insurreição dos sonhos e medos inacabados


e é como se só os meus pés tivessem a cor da minha dança porque são eles que alçam vôo; donos do corpo mas longe do chão, incapazes quase vermelhos de vergonha, quase amarelos de loucura quase azuis de saudade; que bom que você veio, saudades de ti.


(undress)

o seu chá vai esfriar...

SOBRE A PESQUISA






A pesquisa teve início no Programa de Pesquisa em dança contemporânea, na Casa Hoffmann - Centro de Estudos do Movimento (Curitiba/PR), onde os criadores-intérpretes foram residentes no primeiro semestre de 2008, ficando em cartaz de 25 de junho à 13 de julho, de 2008. Parte do trabalho, foi apresentado em seguida no XXVI Festival de Dança de Joinvile, onde foi premiado em terceiro lugar, na categoria contemporânea-duo-avançado.



A idéia central da pesquisa é o uso da ironia como forma de comportamento. Através deste olhar, interessa uma estética do “estranho”, do estranhar-se. Pesquisa que tem como referência para sua criação o cinema mudo, o dramaturgo alemão Heiner Müller, o coreógrafo francês Phillipe Decouflé, o grupo de dança catarinense Cena 11, a estética punk cabaré, fragmentos de textos pessoais, como também Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol e Relações Perigosas, de Choderlos de Laclos.





A dança e o teatro compõem a linguagem da obra, ambas são importantes para a pesquisa e criação de novas formas de expressão. Acredita-se na dança como forma de existir, de comportamento; andar ou estar parado não são mera execução de movimentos, apontam uma identidade em construção e adaptação. Na mesma linha, o teatro é entendido como acontecimento no espaço/tempo da encenação, onde todos os elementos da cena tem igual importância para a construção poética e estética da obra.
Sem notícias de ti, mon cher torna-se metáfora em sua manifestação, o corpo diz coisas e gera dúvidas, porque ficar sem notícias é algo muito misterioso, que se deseja desvendar. A ausência de notícias requer coragem de se desestabilizar. Pode-se perder a referência durante anos de vida e daí qualquer continuidade é na verdade uma reorganização a partir do zero, ganha-se o inesperadamente novo. Estar perdido, sem notícias, sem saber como agir, como falar, como sofrer, sem saber... procurar formas de estar sendo.
Através de uma brincadeira misteriosa e cruel, Sem notícias procura formas para estranhar-se, acompanha chá de jasmim, uma luta de facas e traveseiros pulantes lambusados de sangue.







Eu estou sem notícias de ti, mon cher...



estou inquieto.